Gênesis – A Criação


Pesam sobre nós as acusações de que distorcemos a Palavra de Deus como apoio aos nossos interesses e objetivos. Em virtude disso, em nossas e reflexões, lançaremos mão das principais regras da Hermenêutica, ciência responsável pela análise, compreensão e interpretação das Sagradas Escrituras.
É comum ouvirmos a frase, em tom sarcástico: “Deus criou Adão e Eva e não Adão e Ivo; Deus criou homem e mulher.” Não temos dúvida de que tal afirmação é verdadeira, os homossexuais ou são homens ou mulheres. Fomos todos feitos à imagem e semelhança do Criador!

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem e semelhança, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” Gênesis 1.27

A sexualidade humana é algo complexo e vai além das noções de masculino e feminino, vai além da noção de homem e mulher. No ato da criação, observamos uma das principais funções do seres humanos naquele momento: a procriação e o povoamento da Terra:

“E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a…” Gênesis 1.28ª

Diante desse fato, concluímos que o texto de Gênesis é uma descrição do que se vê como padrão para a maioria e não uma prescrição daquilo que deve ser obedecido por todas as pessoas, até porque seria natural hoje em dia que irmãos se casassem com irmãos, o que não é natural nem aconselhável. Da mesma forma, surgem outras questões: todos deveriam casar-se e ter filhos? Será que os que escolhem permanecer solteiros estão em pecado por não se casarem?

Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher... Gênesis 2.24

Será que as pessoas inférteis estão em pecado por sua incapacidade de gerar filhos? Certamente que não. O contexto envolvido na criação é único, a realidade atual é um contexto bem diferente daquele. Transportar a descrição do Gênesis como regra para os dias atuais seria uma incoerência. Deve-se levar em conta, também, o fato de que a Bíblia foi escrita num contexto patriarcal, culturalmente heterossexualista.
Muitos homossexuais, desconhecendo certas verdades bíblicas, motivados pelas crenças generalizadas do Cristianismo tradicional, entregam-se ao casamento heterossexual, têm filhos, têm companhia, agem conforme o texto do Gênesis, mas são infelizes, pois lutam contra um sentimento que lhes é inerente, lutam contra uma situação que lhes foi imposta pela sociedade, abrem mão de suas necessidades para satisfação da família, dos amigos, da igreja. O resultado disso é a infelicidade, a frustração e, em muitos casos, infidelidade e depressão. O próprio Jesus afirmou que o casamento heterossexual não era para todos:

“…Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” Mateus 19.10, 11 e 12

(Sobre essas palavras de Jesus, já estudamos na postagem do dia 08/05/2011).

Todos os homens são obra das mãos de Deus, independentemente de sua afetividade, de seus sentimentos. Será que Deus criaria alguns predestinados à condenação? Ao inferno? Certamente que não. Os avanços da ciência já comprovam que a sexualidade não é algo adquirido ou aprendido. Quem ensinaria seu filho a ser gay ou quem escolheria essa condição em uma sociedade tão preconceituosa? Ninguém, certamente. Assim como a heterossexualidade, a homossexualidade é inerente ao ser humano. Nem todos, porém, são homossexuais em sua essência. Há casos em que pessoas heterossexuais se envolvem em práticas homossexuais motivadas por vários fatores que não a sua sexualidade inata. Abordaremos isso quando chegarmos às Cartas Paulinas.
Todas as pessoas são capazes de amar outra, com intensidade, com sinceridade. O amor e a capacidade de amar provêm de Deus:

Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 1João 4.7

O que Deus condena é a fornicação, a prostituição e todo pecado que visa somente à satisfação física e carnal, seja para heterossexuais ou homossexuais:

“Temos consciência de que a Torah não tem por objetivo a pessoa justa, mas quem negligencia a Torah: descrentes, ímpios e pecadores, quem mata pai e mãe, assassinos, pessoas sexualmente imorais – quer heterossexuais, quer homossexuais –, vendedores de escravos, mentirosos e perjuros, e quem age de forma contrária à sã doutrina”. (1º Timóteo 1.9 e 10 -  Novo Testamento Judaico)

 Deus jamais condenaria o amor entre iguais, uma relação baseada em consentimento mútuo, fidelidade, respeito e sentimento. Portanto, não tenha medo, nem se sinta fora do plano de Deus para sua vida afetiva! Não se prive de vivenciar o amor, pois o amor vem de Deus! Aleluia!

Fique na paz

Abençoado semana

Wesley Cavalcante Silva


Fonte: Comunidade Athos

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1 comentários :

  1. Que Deus em sua misericórdia possa esclarecer as dúvidas daqueles que passam por "problemas" de autoaceitação. Somos o que somos e em Cristo Jesus somos mais que vitoriosos. Temos que tomar posse disso e acreditar que somos salvos sim, pois a salvação é em Jesus e não nos esteriótipos dos quais fomos e somos submetidos por um sociedade que em quase num todo e hipócrita. Jesus abominava a hipocrisia.

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